O tênis das três listras vai ficar mais caro nos EUA. Essa é uma das poucas certezas da Adidas. Sem clareza sobre as tarifas, o CEO da empresa alemã lamentou e diz que não pode fazer muita coisa. Para o executivo, o mundo não está em uma situação “normal”.
“Dada a incerteza em torno das negociações entre os EUA e diferentes países exportadores, não sabemos quais serão as tarifas finais. Portanto, não podemos tomar nenhuma decisão ‘final’ sobre o que fazer”, disse o CEO da companhia, Bjørn Gulden, em comunicado aos investidores.
Ao apresentar os resultados trimestrais nesta terça-feira (29), o executivo lamentou o cenário. Argumentou que em “um mundo normal” a empresa de artigos esportivos teria anunciado melhora das perspectivas de vendas e lucro para o ano diante dos bons números do 1º trimestre.
“A incerteza em relação às tarifas dos EUA atualmente, porém, interrompeu essa tendência”.
Gulden cita que a Adidas já “reduziu ao mínimo” as exportações da China para os EUA. Mesmo assim, lamenta que a empresa alemã segue exposta às tarifas.
“O que é ainda pior para nós é o aumento generalizado das tarifas americanas de todos os outros países de origem”, cita o executivo no balanço.
Grandes fabricantes de artigos esportivos – como Adidas e Nike – migraram a produção nos últimos anos da China para outros países asiáticos, como Vietnã, Camboja e Bangladesh.
“Como atualmente não podemos produzir quase nenhum de nossos produtos nos EUA, essas tarifas mais altas acabarão resultando em custos mais altos para todos os nossos produtos no mercado americano”, cita o executivo.
“Como sempre, tentaremos lidar com essa incerteza da maneira mais pragmática, ágil e flexível possível”.
No primeiro trimestre, as vendas da Adidas no mundo cresceram 12,7% e somaram 6,15 bilhões de euros. Em todos os grandes mercados, o crescimento ficou em dois dígitos com a liderança da América Latina, onde as vendas saltaram 26,2%.
A América do Norte, porém, patinou e o faturamento aumentou 2,8% – o pior entre todas as subsidiárias. A região foi afetada negativamente pela baixa do estoque da linha Yeezy, que foi descontinuada após o fim da parceria com o rapper Kanye West.
A Adidas diz que a linha de calçados continuou a liderar o crescimento, com um aumento de 17% no trimestre. Houve crescimento de dois dígitos nas linhas Originais, roupas esportivas, corrida, esportes especiais e basquete de performance.
Por linhas, a Adidas destacou as vendas de produtos Terrace, Skate e Retro Running, além das coleções Samba, Campus e SL72.
O lucro da Adidas no primeiro trimestre somou 429 milhões de euros, salto de 152% em um ano.
Fonte: CNN